A polêmica sobre a participação de 16 cantoras e pastoras numa
reunião de oração com a presidente continua. Geremias do Couto também
comentou o assunto em seu blog. Num post intitulado “Não somos gado, Dilma Rousseff".
Além de ser pastor pela Assembleia de Deus também é, escritor,
jornalista e conferencista. O tom de seu texto é pastoral, sem ignorar
as questões politicas envolvidas no culto de oração realizado no Palácio
do Planalto.
O pastor lembra que Dilma tem aberto seu gabinete
para ouvir diversos grupos numa clara tentativa de minimizar os
protestos que tomaram as ruas do país pedindo mais transparência por
parte do governo.
O ponto de discórdia, segundo ele, é quando uma
pessoa ou grupo de pessoas passa a ser identificado como “representante
dos evangélicos”. Afinal “não temos nenhuma voz institucional com
procuração para falar em nosso nome. Cada grupo fala, no máximo,
representando o próprio grupo. Somos diversificados e as nossas
lideranças não são ainda capazes de estar unidas em questões dessa
monta”, argumenta.
A expectativa de Geremias, como certamente a da
maioria dos lideres evangélicos, é que se aproveitasse a oportunidade
para o que chamou de “exercício da voz profética”. Ou seja, segundo as
informações da imprensa, o que ocorreu lá foram músicas, orações e
palavras de apoio à Dilma. Segundo se sabe, não havia uma agenda, foi
meramente uma visita amigável.
Na mesma linha de Silas Malafaia, concordou que se aproveitasse a oportunidade para a oração, mas Geremias parece se identificar mais com Marco Feliciano,
pois classificou como “negligência” o fato de as cantoras e pastoras
não quiseram “discutir uma pauta definida que contemple os anseios da
população e confronte os erros do governante com suas medidas injustas,
opressivas e destruidoras dos valores que sustentam a sociedade”.
Por
isso, classificou o evento como “uma estratégia eleitoral para
engabelar os cristãos”, mas o pastor não acredita que a presidente deve
olhar para os evangélicos como “mero curral eleitoral”, mas sim como
“voz profética que tem muito a oferecer para a construção de um país
mais justo e mais próspero”.
Ele lamentou a oportunidade perdida e
lembrou que no passado muitos evangélicos que eram homens públicos
fizeram grande diferença na sociedade em seu tempo, como Abraham Kuyper
(primeiro-ministro holandês), William Wilberforce (político que
conseguiu proibir a escravidão no Reino Unido) e, no Brasil, o caso de
Guaracy Silveira.
A frustração do pastor Geremias, exposta em suas
palavras, parece ser a mesma de muitos pastores que mostraram sobretudo
nas redes sociais que gostariam que algo de concreto tivesse saído
dessa reunião e não apenas uma sucessão de afagos mútuos entre lideres
políticos e lideres religiosos.
Assessoria de Comunicação com Agencia Gospel Prime
Nenhum comentário: