Cidade visitada por Jesus fica em sítio arqueológico “amplamente negligenciado” até agora.
Segundo o site acadêmico LiveScience, uma “cidade perdida”, descrita
nos Evangelhos, pode finalmente ter sido encontrada. Dalmanuta é o lugar
para onde Jesus partiu após ter feito a multiplicação de pães e peixes
que alimentou uma multidão. O capítulo 8 de Marcos afirma: O povo comeu
até se fartar. E ajuntaram sete cestos cheios de pedaços que
sobraram. Cerca de quatro mil homens estavam presentes. E, tendo-os
despedido, entrou no barco com seus discípulos e foi para a região de
Dalmanuta”.
Contudo, a passagem correspondente de Mateus 15:39 diz: “Tendo
despedido a multidão, entrou no barco, e dirigiu-se ao território de
Magadã”. Essa menção fez com que durante séculos os estudiosos pensarem
se tratar da cidade que hoje é chamada de Migdal.
Também conhecida por Magdala, está situada ao noroeste do Mar da
Galileia, no vale de Genesaré. O local é mais conhecido por sua
associação com Maria de Magdala, apelidada de Madalena. Nessa região
recentemente foi encontrada as ruínas de uma sinagoga onde Jesus teria estado e talvez pregado, segundo os especialistas.
Ken Dark, da Universidade de Reading, cuja equipe descobriu as ruinas
dessa cidade defende que se trata de Dalmanuta, uma “cidade perdida”
para a arqueologia. Ele e sua equipe querem comprovar a teoria por causa
de uma embarcação de 2.000 anos de idade que foi encontrada na região
em 1986. Até hoje é o mais famoso artefato associado à área, o famoso
“barco de Jesus” poderia não ser de Magdala, mas sim da cidade vizinha
de Dalmanuta. Elas ficavam a cerca de 200 metros uma da outra. Isso
sugere que os dois evangelistas apontavam para a mesma região, mas não
para a mesma cidade.
A exploração encontrou cerâmica antiga e uma série de fragmentos de
colunas, incluindo peças esculpidas no estilo coríntio. Os testes de
radio carbono permitem que muitos dos artefatos encontrados comprovem
sua idade. Alguns deles, ânforas de vidro, indicam que seus antigos
habitantes eram ricos. Vestígios de âncoras de pedra, juntamente com a
localização próxima à praia, ideal para barcos, indicam que a população
se dedicava à pesca. São as ânforas e as âncoras que ligariam a cidade
ao chamado “barco de Jesus”.
A teoria é apresentada na edição de setembro da revista científica
Palestine Exploration. Análises do material indicam que a cidade era
próspera e provavelmente sobreviveu por séculos. A data das peças de
cerâmica indicam que ela existiu pelo menos entre o primeiro e o quinto
século. A comunidade judaica provavelmente vivia ao lado de um povo
politeísta, como indicam os fragmentos de vasos de calcário. Segundo
Dark, isso seria a realidade da região no início do período de dominação
romana.
Embora reconheça não ser possível a comprovação inequívoca que a
cidade recém-descoberta é a Dalmanuta bíblica, para ele é um dos poucos
nomes de lugares desconhecidos por pesquisadores. Além disso, está no
Vale de Genesaré, um sítio arqueológico “amplamente negligenciado”. A
pesquisa de Dark utilizou, além do sistema tradicional, fotos tiradas de
satélites para estabelecer mudanças na topografia.
Como no campo da arqueologia tudo ocorre muito lentamente e sempre
surgem questionamentos, é provável que demore alguns anos antes de as
teorias da equipe do doutor Dark sejam totalmente comprovadas.
Assessoria de Comunicação com informações de Gospel Prime, Christian Origins e Live Science.
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