A Fiat Automóveis anunciou novo freio na produção.
A montadora vai
conceder férias coletivas de 20 dias a 2 mil empregados das áreas de
produção da fábrica de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte
(RMBH). Eles ficarão em casa a partir da próxima segunda-feira e
retornam ao trabalho em 1º de junho. É a quarta paralisação neste ano.
Segundo nota enviada pela montadora, o objetivo é ajustar o estoque à
demanda do mercado. Já houve paradas em janeiro, como parte do recesso
de fim de ano, durante a semana do Carnaval e no mês de março, quando os
funcionários ficaram parados por 20 dias. Ao todo, a Fiat tem 19 mil
empregados na unidade mineira, onde fabrica 3 mil veículos por dia.
O setor automotivo é um dos mais afetados pela crise econômica e a principal influência para o fraco desempenho geral.
No primeiro trimestre deste ano, a produção industrial despencou 5,9%, a
maior queda em um período de três meses desde o terceiro trimestre de
2009, quando o país enfrentava os efeitos da turbulência financeira
internacional.
Na época, a perda da atividade industrial foi de 8,1%. O período de
janeiro a março foi o quarto trimestre seguido de queda na indústria.
Ao mesmo tempo, os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE
mostram que a indústria registrou em março a 13ª taxa negativa na
comparação com igual mês do ano anterior. É a sequência mais longa da
série histórica da pesquisa, iniciada em 2002.
No período pós-crise – entre novembro de 2008 e outubro de 2009 – foram 12 meses seguidos de quedas na comparação anual.
Outro período difícil para a indústria foi enfrentado entre setembro de
2011 e julho de 2012, com 11 resultados negativos na comparação mensal.
“Naquele momento, o comportamento estava diretamente relacionado à
crise econômica internacional, que afetava a confiança dos empresários. O
que a gente tem agora é um comportamento de queda também, com alguma
influência do cenário internacional, mas em que o cenário doméstico tem
mais influência”, explica o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE,
André Luiz Macedo.
Quando se comparam a sequência de taxas negativas de agora e em
2008/2009, Macedo lembra que a intensidade das quedas foi mais
expressiva naquele período. Para se ter uma ideia, seis dos 12 meses do
período entre novembro de 2008 e outubro de 2009 foram de taxas
negativas de dois dígitos da produção industrial.
Nos 13 meses de queda entre março de 2014 e março de 2015, o recuo mais
intenso foi o de 9,4% de fevereiro de 2015, ou seja, não houve taxas de
dois dígitos.
“A sequência de resultados negativos foi mais longa agora, mas as
quedas entre 2008 e 2009 foram bem mais intensas”, destaca Macedo.
Mais de cinco anos depois da crise econômica internacional, o patamar
de produção da indústria brasileira está no mesmo nível daquele ano de
2009. E 11,2% abaixo do maior patamar da série histórica, que foi
registrado em junho de 2013. A pesquisa mostra que a indústria se mantém
com o comportamento de queda registrado no ano passado, quando teve
perda de 3,2%.
Hoje em dia
Nenhum comentário: