A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais aprovou nesta terça-feira (9) requerimento convocando o
diretor-geral da Unidade Gestora de Monitoramento Eletrônica (UGME),
Wadson Timo Abreu, e o diretor-adjunto do mesmo órgão, Santi Clair
Sanches, para prestar esclarecimentos sobre a “Máfia das Tornozeleiras”.
Conforme denúncia noticiada na semana passada com exclusividade pelo jornal Hoje
em Dia, servidores do órgão e da empresa que fornece os equipamentos,
Spacecom, estariam envolvidos num esquema de extravio de lacres de
tornozeleiras eletrônicas para venda no “mercado negro”. De posse desses
lacres, os detentos poderiam burlar o sistema.
A audiência para ouvir os dirigentes foi marcada para o dia 25 deste
mês, às 14h30. O subsecretário de Administração Prisional, Antônio de
Padova Marchi Júnior, foi chamado a participar da audiência, mas como
convidado. A UGME é vinculada à Subsecretaria de Administração Prisional
(Suapi), que, por sua vez, é subordinada à Secretaria de Estado de
Defesa Social (Seds).
Dinheiro sujo
Conforme relato de um
servidor da segurança pública a que o Hoje em Dia teve acesso, cada
lacre extra custaria de R$ 500 a R$ 5 mil, dependendo do poder
aquisitivo do “cliente”.
Nesta terça-feira (9), a assessoria de
imprensa da Seds informou que o secretário Bernardo Santana não recebeu
nenhuma denúncia sobre o tema. A primeira reportagem sobre o esquema foi
publicada há cinco dias, na quinta-feira.
O presidente da
Spacecom, Savio Bloomfield, afirmou que os lacres são entregues à Seds e
ficam de posse do órgão. “O funcionário da empresa é apenas suporte
técnico e ele fica na central de monitoramento sem nenhum contato com o
preso”, reforçou.
Segundo ele, não é possível burlar o sistema
apenas violando o lacre mecânico. “Para retirar o equipamento, é
necessário quebrar o lacre e assim remover a cinta de fixação. Quando se
retira a cinta, a tornozeleira, através da fibra óptica, detecta e
registra o evento no sistema automaticamente. Esse alarme fica
registrado no sistema e ninguém consegue apagá-lo”, explica.
Fonte: Jornal Hoje em dia
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