Capaz de atender 451 leitos, o hospital recebe somente 45 pacientes/dia por falta de recursos
Com 39 leitos de internação, 6 leitos de CTI e cerca de 200
funcionários, o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, conhecido
como Hospital do Barreiro, após três meses de inauguração e com
capacidade para atender 451 leitos, atende somente 45 pacientes do SUS
por dia, devido à falta de recursos dos governos federal e estadual.
Cem
por cento dos recursos vêm da prefeitura, que faz um repasse mensal de
R$ 3 milhões à parceria público-privada. Os dados foram apurados em
visita técnica da Comissão de Saúde e Saneamento, nesta segunda-feira
(29/2), quando deliberou-se por discutir, junto à Comissão de Saúde da
Assembleia Legislativa, a viabilização de recursos para o pleno
funcionamento do hospital.
Na visita, constatou-se que o atendimento de pronto-socorro não está
funcionando de porta aberta, ou seja, o atendimento é referenciado,
visando monitorar o tipo de paciente que chega ao hospital. Segundo o
diretor executivo do Hospital Metropolitano Célio de Castro, Flávio
Duffles, após 70 anos a prefeitura entrega mais um hospital à população,
que não deixa nada a desejar a nenhum hospital do país em termos de
estrutura e tecnologia. Contudo, segundo ele, o hospital está pronto
para realizar os atendimentos, dependendo, exclusivamente, de recursos.
Duffles informou que, quando estiver em pleno funcionamento, o hospital
contará com 320 leitos de internação.
Funcionamento
Os pacientes do SUS são encaminhados pela central de leitos ao
Hospital do Barreiro, conforme condições de atendimento. Com uma equipe
de médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, assistentes sociais,
fisioterapeutas e nutricionistas, o hospital não possui pediatria nem
maternidade.
Funcionando com 10% de sua capacidade, o Hospital Metropolitano do
Barreiro possui sala de emergência, mas ainda inoperante, com previsão
futura de atender 12 leitos simultâneos. O bloco cirúrgico possui 16
salas, totalizando 80 leitos de CTI. O custo do hospital é de cerca de
R$ 5 milhões, sendo repassados pela prefeitura R$ 3 milhões à parceria
público-privada.
Estrutura
Conforme informou Lucinéia Carvalhais, médica do Hospital do
Barreiro, a estrutura tem capacidade para manter-se em pleno
funcionamento, sem interrupções por falta de manutenção. Quanto à
estrutura assistencial, há uma organização da forma de trabalho e de
serviços, que também podem servir de modelo para o SUS. Segundo
Carvalhais, para todas as categorias profissionais, também está prevista
formação de recursos humanos. Quanto à tecnologia, Carvalhais citou
como exemplo o pneumático, um “elevador” deslocado de um setor a outro,
com amostras de sangue e de outros materiais e medicamentos, dentro de
cápsulas específicas que direcionam para o laboratório e para a
farmácia. “É uma estrutura física que possibilita a permanênciados técnicos de enfermagem e da equipe assistencial junto ao paciente”, explicou.
Conselhos e Sindicatos
A presidente do Conselho Distrital de Saúde do Barreiro, Ilda
Alexandrino, destacou, por sua vez, a grave epidemia de dengue no
Barreiro, tendo como consequência a incapacidade da Upa e do Hospital
Júlia Kubitschek de atender os pacientes.
Segundo a diretora da área de saúde do Sindibel, Ângela de Assis,
conforme publicado no Diário Oficial do Município (DOM) em dezembro do
ano passado, na assistência social foram contratados cerca de 250
profissionais, que já estão trabalhando no hospital, além dos 300
profissionais que atuam na logística. “Num momento de crise na urgência
e na emergência com a questão da dengue e poucos profissionais na área
da saúde, principalmente de nível médio, constata-se no hospital uma
subutilização, tanto de espaço físico quanto de mão de obra”, afirmou
Assis.
Assessoria de comunicação com CMBH
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